Grávida de bebê sem cérebro, americana decide levar gestação até o fim para doar órgãos de criança




A americana Keri Young tomou a atitude mais altruísta possível quando descobriu que o bebê que carrega em seu ventre não tem um cérebro: decidiu continuar a gestação até o fim para doar os órgãos da criança assim que ela nascer.
Em um post no Instagram de 12 de dezembro de 2016, Keri publicou uma foto do ultrassom feito em sua 19ª semana de gravidez.
— Esse é o coração perfeito de nossa filha. Ela tem pés e mãos perfeitos. Ela tem rins perfeitos, pulmões perfeitos e um fígado perfeito. Infelizmente, ela não tem um cérebro perfeito. Nós descobrimos recentemente que ela apresenta anencefalia e está em situação terminal.
A americana do estado de Oklahoma conta que tomar a decisão de continuar grávida, obviamente, não foi fácil. Ela teria a opção de abortar o bebê, mas resolveu continuar a gestação para que os órgãos da pequena ajudem outras famílias. O nome da filha já foi escolhido: Eva.
— Eva, que, literalmente, significa ‘vida’, pode se desenvolver com saúde e mudar a vida de muitas pessoas por meio da doação de órgãos. Pelas próximas 20 semanas eu sentirei os chutes, soluços e poderei ouvir os perfeitos batimentos cardíacos ao mesmo tempo em que sei que teremos apenas poucas horas na companhia dela depois do nascimento.
O post gerou comoção na rede social e a história de Keri Young tem sido amplamente noticiada nos veículos internacionais.
Um dia após receber a notícia de que a filha não tinha cérebro, Keri e seu marido, Royce Young, já haviam marcado uma reunião com instituições especializadas em doação de órgãos. O casal descobriu que os rins, válvulas cardíacas, fígado e possivelmente pâncreas do bebê poderão ser destinados à doação. Os pulmões de Eva também podem ser destinados para pesquisas científicas.
O parto está marcado para o dia 7 de maio de 2017.
Apoio do marido
O marido de Keri, Royce Young, não somente apoiou a decisão da mulher como exaltou sua coragem. “Trinta segundos após o médico nos dizer que Eva não era perfeita, em meio a todo o choro e a decepção, Keri olhou e perguntou, imediatamente: ‘Se eu levar a gravidez até o fim, podemos doar os órgãos dela?’”

Para o americano, merece admiração e respeito o fato de que, no pior momento de sua vida, Keri levou menos que um minuto para se colocar no lugar dos outros e pensar em uma saída altruísta.
— Foi uma das cenas mais poderosas que já presenciei.
Em um emocionado post no Facebook, Royce Young acrescentou que todo o processo tem sido complicado, mas que, para sua mulher, as dificuldades certamente são muito maiores: “Eu assisto tudo da mesma forma que o restante das pessoas — da arquibancada. Mas Keri está nas trincheiras o tempo todo, sentindo cada chute e cada soluço, sendo constantemente lembrada de que carrega um bebê que vai morrer”, escreveu. A publicação já foi compartilhada mais de 12 mil vezes.